Crítica | Pisque Duas Vezes
(Contém Spoilers)
“Pisque Duas Vezes” é um suspense psicológico que tenta misturar mistério e terror, mas acaba falhando em sua execução. Com uma trama promissora, o filme se perde em reviravoltas previsíveis e diálogos fracos. Dirigido por Robert Stone, o longa tenta criar uma atmosfera tensa, mas a narrativa dispersa e o ritmo lento prejudicam o impacto final.
O filme começa com uma proposta intrigante: uma jovem chamada Emily, interpretada por Lily Collins, recebe uma mensagem misteriosa. “Pisque duas vezes se precisar de ajuda” é o ponto de partida de um jogo perigoso de ilusões e segredos. A ideia de que alguém a está observando constantemente cria um certo suspense, mas o filme falha em manter essa tensão.
À medida que a trama avança, a narrativa se arrasta sem grandes revelações. Emily começa a desconfiar de todos ao seu redor, mas o roteiro insiste em prolongar a dúvida sem fornecer pistas ou evoluções significativas. Isso cansa o espectador, que fica à espera de uma virada significativa que demora a chegar.
Além de Emily, outros personagens centrais, como seu namorado Jack (Sam Claflin) e sua melhor amiga Chloe (Elle Fanning), não têm desenvolvimento suficiente. Jack se mostra um parceiro superficial e previsível, enquanto Chloe, que deveria ser a confidente de Emily, acaba sendo subutilizada. Suas motivações são fracas e suas ações, previsíveis.
Ao longo do filme, “Pisque Duas Vezes” tenta introduzir reviravoltas para prender o espectador, mas a maioria delas é previsível. O grande mistério em torno da mensagem se desmancha quando descobrimos que o responsável é o próprio Jack, que planeja controlar Emily para roubar sua herança. Essa revelação não surpreende e só evidencia a fragilidade do roteiro.
O clímax do filme ocorre quando Emily finalmente descobre o plano de Jack. No entanto, a cena de confronto entre os dois é decepcionante e sem intensidade emocional. Em vez de um embate psicológico ou físico mais elaborado, o desfecho é previsível e pouco empolgante.
Mesmo sendo um suspense psicológico, o filme não consegue criar tensão suficiente. O uso excessivo de clichês e cenas forçadas de sustos tiram a profundidade do enredo. Além disso, o diretor Robert Stone parece hesitar entre construir uma narrativa mais sutil ou partir para um suspense explícito, resultando em uma mistura pouco coesa.
Lily Collins faz o que pode com o material que tem em mãos, mas sua personagem, Emily, não tem profundidade suficiente. Sua atuação é convincente em alguns momentos, especialmente quando ela está no limite do colapso emocional, mas o roteiro limitado impede que Collins brilhe como poderia.
A direção de Robert Stone é funcional, mas não inovadora. Ele utiliza os elementos básicos do gênero de suspense, como sombras, silhuetas e jogos de câmera, mas sem grande originalidade. O estilo visual do filme é bem produzido, mas carece de identidade própria.
“Pisque Duas Vezes” tinha uma premissa interessante, mas a falta de profundidade no roteiro e a previsibilidade das reviravoltas resultam em um filme mediano. O potencial para um suspense psicológico envolvente se perde no caminho, e o espectador é deixado com uma sensação de desapontamento.
Onde Assistir Pisque Duas Vezes
“Pisque Duas Vezes” está disponível para assistir no Amazon Prime Video. Embora o filme tenha algumas qualidades visuais e uma boa premissa, ele deixa a desejar em termos de desenvolvimento e tensão.
Amante de cinema, séries e vídeo game, principalmente o retrogame.
Após anos consumindo muitas coisas boas e ruins, tento apresentar a visão mais sincera atualmente.