O diretor Costa-Gavras é especialista em assuntos
políticos. Com seus filmes, ele sempre quis denunciar certas condições ou
colocar o dedo diretamente na ferida. Não é surpreendente que o
grego estivesse interessado na implementação das memórias do ministro das
Finanças, Yanis Varoufakis em uma história que mostra como a Grécia
afundou cada vez mais em uma grande crise financeira. Bastante provocador, o
longa de Costa-Gravas não é apenas baseado no livro, mas também
nas gravações de Varoufakis das reuniões do Eurogrupo, que ele
gravou secretamente e colocou à disposição do diretor.

Em 2015 a Grécia está à beira da falência e o país só pode
ser salvo com a ajuda do Eurogrupo, mas essa ajuda tem um preço alto. A
partir de agora o país tem que se submeter a um rígido rumo de austeridade e a
pressão sobre os políticos gregos é imensa, incluindo Yanis Varoufakis e
todos eles são movidos por suas próprias ideias de certo e errado, enquanto o
país está completamente atingido pelo rumo de austeridade forçada.

Se você quiser atribuir uma fraqueza ao filme, então é o
posicionamento claro da narrativa por trás de Varoufakis que, com seu
trabalho como parte de um governo de esquerda bastante incompetente, também não
mereceu exatamente uma folha de glória. O filme é tendencioso, mas
fascinante porque mostra de forma mais profunda e assombrada do que
praticamente qualquer outra obra sobre como a política é feita nos bastidores
da Europa. São esses os momentos que fazem o filme brilhar e aqui você
também pode sentir a força narrativa de Costa-Gavras, que conduz o longa
com maestria e vai fazendo o espectador ficar bem entretido com o enredo, mesmo
que o material seria bem mais proveitoso em forma de minissérie do que em um filme,
pois ficaria mais claro e representativo os diferentes lados da negociação cativante
entre o Eurogrupo e o governo grego. 

Fora ainda que tem momentos da negociação que
passam uma sensação um pouco enfadonha em sessões quase intermináveis e isso no
mundo real, fora da telinha, é assim mesmo. Momentos de debates longos onde cada lado defende o seu interesse
e mesmo em um longa metragem de 120 minutos, Costa-Gravas consegue captar ao público
a sensação de aflição nas negociações e como tudo será decidido.

No geral, Jogo do Poder é um bom filme político que tem
pontos fracos em seu enredo que tem momentos enfadonhos e picos de negociação política
interessantes, definitivamente interessante para um público que quer se
entreter com questões sérias será um prato cheio, já para quem procura algo para
se entreter irá achar o longa bastante tedioso, o que é normal pela temática política,
mas importante que ocorreu em um grande país europeu e que pode servir de
alerta para os países do 3º mundo.


Nota: 3,5/5



Sinopse:

Um relato transparente sobre a agenda oculta da Europa que expõe o que realmente acontece em seus corredores de poder. Uma das mais espetaculares batalhas na história política é travada, revelando as razões para a crise na Grécia acontecer. Mas a verdadeira história do que aconteceu é quase inteiramente desconhecida, principalmente porque grande parte dos verdadeiros negócios da União Europeia ocorre a portas fechadas.

Trailer:

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