Primeiras impressões da 3ª temporada da série Ted Lasso
Sports evoluiria para um programa tão amado e vencedor do Emmy? Ted Lasso é uma
grande perola lapidada com primor pelo ator, co-criador e escritor Jason
Sudeikis.
Após duas temporadas quase perfeitas, as expectativas são altas
para a terceira (e potencialmente final) temporada, após a revelação de
Sudeikis de que “este é o fim desta história que queríamos contar”. Entretanto,
a terceira temporada de Ted Lasso nos guarda muitas surpresas, com o grande da
revelação chocante de que o “garoto maravilha” Nate (Nick Mohammed) agora está
treinando o West Ham United, time presidido agora por Rupert (Anthony Head),
ex-dono do recém-promovido AFC Richmond, que pretende superar as previsões
ruins dos especialistas e terminar a temporada em alta na tabela e quem sabe na
frente do time do seu antigo dono.
Com o foco mudando para o confronto entre as respectivas
equipes de Ted e Nate, os escritores ouviram claramente algumas das críticas da
temporada anterior. Como resultado, a terceira temporada de Ted Lasso é
impulsionada principalmente pela ação futebolística agora que o time está de
volta à Premier League, com a temporada começando mais forte com a narrativa
envolvente do azarão.
Equilibrando bem a comédia com os personagens que conhecemos
e amamos, a premiere da nova temporada deixou espaço também para explorar novos
cenários para manter a série renovada, como Keeley navegando como chefe de sua
própria agência de relações públicas e Rebecca fazendo de tudo para tentar
garantir um jogador no estilo Cristiano Ronaldo para confrontar Rupert. Na
verdade, a série se espalha um pouco demais tentando conciliar a narrativa
abrangente com vários arcos de personagens, mas com um elenco tão maravilhoso a
exploração é compreensível, fora ainda que o conflito central entre Ted e Nate e
por sua vez, Rebecca e Rupert, também é envolvente. É claro que a forma como
Nate partiu, junto com seus comentários cortantes sobre Ted e seu
relacionamento com seu filho, atingiu um ponto fraco do sempre otimista
treinador. Sudeikis mais uma vez brilha enquanto explora a vulnerabilidade e a
mágoa de Ted sob o calor e humor de bom coração, enquanto ele lida com a falha
de Nate e as ramificações que isso tem na equipe.
No entanto, é hora de Mohammed brilhar como o “garoto
maravilha” no estilo Anakin Skywalker, cuja virada para o lado negro não é tão
clara quanto parece. Após a incrível transformação de choque no final da
segunda temporada, ainda há flashes do velho Nate habilmente espalhados por
toda parte, semeando dúvidas sobre sua traição. O retrato dos atores de lidar
com a masculinidade frágil/tóxica e a auto aversão, incluindo a continuação de
Nate tendo devaneios do seu passado em momentos-chave é um dos elementos mais
fascinantes.
Hannah Waddingham e Juno Temple também continuam a se
destacar na dinâmica maravilhosamente edificante de Rebecca e Keeley, habitando
positivamente personagens femininas poderosas como líderes totalmente
agradáveis que se apoiam de forma revigorante o tempo todo. A série também continua o crescimento e
desenvolvimento do personagem Jamie Tart de Phil Dunster (completo com ainda
mais cabelo estilo Jack Grealish) e Roy Kent de Brett Goldstein em uma dinâmica
doce, quase fraterna, o que é tão raro de se ver em um ambiente tão masculino.
No geral, podemos esperar da 3ª temporada de Ted Lasso algo
bastante positivo e tenho certeza que Sudeikis e companhia criaram algo
especial, principalmente com a exploração de conflitos que prometem ser muito
mais emocionantes do que ver um gol do seu time sendo feito aos 45 minutos do
2º tempo.
Apenas um rapaz latino americano apaixonado por cinema, apreciador de games, séries, quadrinhos e com vasta experiência em escrever sobre a cultura pop.