Vagamente baseado em A Bela e a Fera, finalmente tivemos o
lançamento no Brasil do deslumbrante espetáculo em anime do Studio Chizu, Belle. A produção
é uma releitura impressionante do conto de fadas francês e é comandada pelo diretor
Mamoru Hosoda (Mirai, Digimon Adventure), que aborda um banquete sensorial com
animações em alto nível e uma trilha sonora que rivaliza com as adaptações da
Disney.

Em Belle acompanhamos Suzu, uma estudante do ensino médio
aparentemente mediana que vive em uma vila rural. Tímida, desconectada e
lutando para ser ela mesma depois de uma experiência traumática do passado,
Suzu mantém seus amigos e familiares à distância. Antes apaixonada por música,
Suzu agora se vê incapaz de cantar, mas tudo isso muda quando ela entra em um
enorme mundo virtual chamado “U”, um lugar onde as pessoas podem ser qualquer
um.

Criando uma persona online, Suzu se torna “Belle”, uma
cantora linda e mundialmente adorada. Mas quando um dos shows de Belle é
interrompido por um monstro misterioso, Suzu deve embarcar em uma jornada para
descobrir quem ou o que é “a besta”. Misturando de forma bela a animação 2D e
3D (usada para contrastar os dois mundos diferentes), o anime é espetacular e o mundo de
Suzu é retratado com todas as sutilezas que você esperaria de um filme do
Studio Ghibli, mesmo não sendo. Por outro lado, o mundo de U é vibrante e bombástico e a
animação 3D faz com que pareça épico e maior que a vida, mesmo que seja
tecnicamente mais plano. Isso se deve sem dúvida a Eric Wong, um arquiteto e
designer que foi trazido por Mamoru Hosoda para ajudar a dar vida ao mundo 3D,
tornando o filme em anime uma obra-prima visual.

De alguma forma, a música acaba ganhando certo destaque na
produção, pois o visual é o protagonista e a sua trilha sonora é o coprotagonista mais
quente e espirituoso que em alguns momentos rouba o show com as músicas que
ressoam em um nível tão profundo e emocional. Belle é realmente um espetáculo
de filme e não importa em que tela você assista, o filme parece uma experiência gratificante
e como em muitos dos trabalhos anteriores de Hosoda, os personagens ainda são o
foco principal.

O diretor tenta transmitir uma bela mensagem ao apresentar uma
lente cômica, o que torna muito mais palatável ao digerir neste filme em anime.
Entretanto, a produção possui alguns problemas, o ritmo um pouco cadenciado e o enredo na mecânica de se
conectar com o mundo virtual U são coisas que podem ser sentidas, pois a interação dos personagens com o mundo
virtual é completamente encoberta com nada além de seu telefone e alguns
fones de ouvido. Com este simples equipamento, Suzu é capaz de cantar e
voar pelo mundo de U como se estivesse no “OASIS” em “Jogador Número Um”, tornando-se
até uma forma simplista de como Hosoda insinua até que ponto a tecnologia chegou na história do longa em anime para o
maior entendimento de nós do ocidente.

Por mais que eu tenha gostado das poucas referências de A
Bela e a Fera, acho que Belle poderia facilmente ter eliminado os paralelos.
Realmente não havia o suficiente deles para justificar que isso foi uma adaptação
oriental do famoso conto e Belle funciona lindamente como um filme por si só, oferecendo
ideias novas o suficiente para não precisar fazer comparações com o conto de
fadas francês (ou o filme da Disney).

No geral, Belle é um dos melhores filmes de anime que já foram
lançados nos últimos anos, possuindo visuais deslumbrantes e uma trilha sonora
fenomenal em uma experiência cinematográfica diferente de qualquer outra.


Nota: 4/5

Sinopse:

Suzu é uma estudante de ensino médio de 17 anos que mora em uma aldeia rural com o pai. Por anos, ela foi apenas uma sombra de si mesma. Um dia, ela entra em “U”, um mundo virtual de 5 bilhões de membros na internet. Lá, ela não é mais Suzu, mas Belle, uma cantora mundialmente famosa. Ela logo se encontra com uma criatura misteriosa. Juntos, eles embarcam em uma jornada de aventuras, desafios e amor, em busca de tornarem-se quem realmente são.

Trailer:

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1 comentário em “BELLE | Crítica do filme em anime

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